6.9.06

A ABrIC ILUMINANDO SÃO PAULO


A Associação Brasileira de Iluminação Cênica cumpriu mais uma importante etapa de seu programa de atividades para 2006. Realizou o encontro público de seu núcleo SP no mês de agosto de 2006, no Teatro do Ator, na praça Roosevelt, em São Paulo. O encontro aconteceu sob o tema "PAINEL DA ILUMINAÇÃO CÊNICA NO SÉCULO XXI" e um fato inédito caracterizou este evento: sua produção contou com o esforço de toda comunidade ABrIC e teve em sua mesa de palestrantes representantes do Rio de Janeiro e Curitiba. Além das atividades reflexivas o encontro lançou o primeiro título das edições ABrIC "Iluminação Cênica - Fragmentos da História", com seus autores presentes e expôs o trabalho de pesquisa que leva o mesmo título em pranchas ilustradas, fixadas na parede.

O evento, dividido em três dias, contou com um público acima do esperado. A oficina de moving light teve sua inscrição encerrada 10 dias antes de seu início e abriu vaga para 12 ouvintes. O que demonstra que as atividades da ABrIC estão satisfazendo a expectativa do público e auxiliando no processo de formação técnica de nossa categoria profissional. A Associação propõe-se a levar oficinas técnicas que são sempre atividades muito procuradas, mas, aliar os procedimentos técnicos à uma visitação e reflexão histórica e um debate estético pois, dessa maneira, acreditamos estar contribuindo para a correta formação cultural de nossos profissionais.

Uma das mesas mais esperadas do encontro uniu pessoas ligadas ao Ensino de Iluminação Cênica. Cibele Forjaz, da Usp. Sérgio Azevedo, da Fundação das Artes de São Caetano do Sul. Robson Bessa, do Sesc Consolação. Vinícius Feio, do Centro de Formação Técnica e contou com a mediação de Milton B. Piedade, que ministra cursos de iluminação no Senac. Ficou evidente a importância do debate e a necessidade urgente de intercâmbio entre as diversas experiências na área de ensino para que a soma dessas práticas possa contribuir para estabelecer-se conjuntamente e de forma integrada com a produção de literatura, um programa de aulas e uma pedagogia específica para o ensino da Iluminação Cênica na esfera acadêmica. Os cursos livres atendem a necessidade imediata mas não colocam o profissional no mercado do século XXI. Ainda reproduzimos procedimentos do século passado.

A mesa redonda sobre Segurança no Trabalho trouxe Joyce Drummond, Beto Bruel e Alex Nogueira que estiveram sob a mediação do produtor George Saguia. Quantos relatos de acidente, algumas vezes trágicos, foram ouvidos. Em alguns momentos a comoção tomou conta do público e dos palestrantes. Esta é uma realidade que se impõe a urgência para ser modificada. A legislação é falha e a fiscalização ineficiente. Não devemos e não podemos acreditar que o Estado irá se importar e modificar essa situação que é cômoda e arrasta-se dessa maneira ao longo de décadas. A Associação tem muito a contribuir nesta situação e já criou um Grupo de Trabalho para discutir o assunto e sugerir procedimentos padrões no aspecto de segurança. E, como disse Joyce Drummond, "o problema não termina ai. É no trabalho de formiguinha, de conscientizar nossos companheiros da importância desses procedimentos que iremos mudar este paradigma". Não é portanto, um caso de polícia, mas um caso para ações culturais.

A Iluminação Cênica, em uma manifestação artística como o teatro, deve integrar-se com outras linguagens e entre estas devemos destacar a cenografia. Algumas pessoas acreditam, inclusive, que a iluminação é uma extensão da cenografia. Bom, polêmicas à parte e com o pensamento voltado para a preocupação de unir linguagens, profissionais e fortalecer movimentos classistas convidamos Telumi Helen, cenógrafa. Luciana Bueno, cenógrafa. Domingos Quintilhano, iluminador e Mauro Martorelli, iluminador para debaterem Iluminação Cênica e Cenografia e estiveram sob a mediação do iluminador Vinícius Feio. O debate acalorado trouxe à tona dificuldades comuns como o pouco tempo de diálogo entre as partes; a dificuldade financeira que limita a aquisição de equipamentos importados que muitas vezes são os únicos a atenderem necessidades comuns e finalmente a falta de escolas e união das categorias. A luz interfere diretamente no resultado do trabalho da cenografia e um diálogo estreito é muito mais necessário ao cenógrafo que ao iluminador pois o inverso não acontece.

Mas, não pretendíamos com o encontro inventar a roda portanto, faz-se importante saber o que os paises mais desenvolvidos financeiramente já conquistaram em termos de tecnologia e consequentemente de estética teatral. Para isso convidamos Ney Bonfante e Pablo Enriquez para relatarem suas experiências com espetáculos e viagens internacionais. Estiveram sob a mediação da diretora e coreógrafa Tânia Nardini que também carrega em sua bagagem larga experiência internacional. Ficou evidenciado, antes de mais nada, que os anos de história que os americanos e europeus trazem em seus trabalhos os colocam na vanguarda do organizar e fazer da industria do entretenimento. Temos muito que aprender mas temos algo a ensinar. Não recebemos o mesmo respeito que lhes damos. Conquistamos esse respeito na marra e à base de comprovar nossa competência.

Entre as diversas atividades ainda destacamos a palestra sobre História da Iluminação,de Jamil Dias (mediado por Milton B. Piedade). Artes Plásticas e Iluminação Cênica de Sebastião Milaré (mediado por Nezito Reis). E o painel Ética e Mercado de Trabalho com Raul Teixeira e André Boll (mediados por Vinícius Feio). Nossa categoria profissional encontra-se hoje, muito mais amadurecida e preparada para participar e compreender atividades reflexivas, como estas que propusemos e realizamos conjuntamente com outros núcleos de nossa Associação.

A Associação Brasileira de Iluminação Cênica tem como um dos seus objetivos, promover o encontro de profissionais e facilitar o acesso à informação sobre iluminação cênica.

Entendemos a necessidade de discutir em favor do crescimento e melhoria da atividade, promover o resgate e preservação de nossa história e agir para a melhor formação profissional.

A ABrIC, além dos encontros dos núcleos estaduais, promove ações culturais em eventos de todo o Brasil.

Veja mais informações ou faça contato através:
www.abric.org.br
contato@abric.org.br
Ou pelo telefone (11) 3289.3403.

Nenhum comentário: